Texto: Guilherme Lima e Vinícius Edição: Marjorie
Fotos: Guilherme Lima
Papo Reto com Francisco Felinto Junior, professor das Faculdades Integradas Rio Branco e consultor em tecnologia da informação.
Profissão Foca: O que o levou a escolher estas profissões?
Francisco Felinto: Escolhi por ter certa afinidade, ter fácil relacionamento com as pessoas e gostar de ajudar as pessoas a aprender. Na verdade acho que o ensino é uma saída pra uma série de questões. Já a consultoria, escolhi por querer entender mais como funcionavam as empresas e como a gente poderia aplicar a tecnologia da informação nas empresas.
PF: Qual foi a sensação de entrar em uma sala de aula pela primeira vez como professor?
FF: A sensação de entrar na sala de aula pela primeira vez foi um frio na barriga tremendo. Eu tinha 22 anos e minha primeira vez em sala de aula foi direto na universidade. Isso causou uma certa ansiedade por eu ser o mais novo da turma efetivamente. Mais novo que os alunos, então isso me deu uma certa insegurança, mas foi tudo tranquilo. E, basicamente, a cada semestre nós temos esta sensação novamente quando iniciamos as aulas.
PF: Como é seu relacionamento com os alunos das instituições de ensino que você trabalha e já trabalhou? Há um relacionamento extra faculdade?
FF: Meu relacionamento com os alunos que já tive, alguns mantenho contato basicamente pelas mídias sociais. E pelos alunos atuais procuro manter contato sempre o mais próximo que eu posso, claro, não gerando nenhum grau muito alto de intimidade pra gente não perder o respeito. Mas a ideia é ficar próximo do aluno até pra que a gente gere uma ideia de amizade, não de “professor que dita as coisas e o aluno tem que obedecer”. Na verdade acho que temos que, junto com os alunos, construir as coisas. Tem que construir um relacionamento, construir um conhecimento e construir a própria instituição, a própria faculdade. Então, sempre tento manter um relacionamento amistoso com os alunos e os respeitar o máximo possível.
PF: Quais são seus objetivos profissionais?
FF: Hoje eu jogo vídeo game com meu filho, tenho jogado menos futebol e me dedicado mais as corridas de rua.
PF: Voltando para a sala de aula. Nos conte algum fato curioso, engraçado, que já aconteceu enquanto lecionava.
FF: Já tiveram alguns. Hoje o mais constante são as meninas fazendo unha, penteando o cabelo, se maquiando. Em algumas salas os alunos que passam à aula “xavecando” as amigas, isso de certa forma é engraçado porque depois ele vai mal na prova e fica bravo com o professor. (risos) Outra coisa engraçada: fui aplicar prova para outro professor e expliquei que apenas aplicaria a prova e o professor da turma que iria corrigir e pedi para que ninguém colasse, pra se manter a organização. Mas teve um aluno que peguei colando, porém nem iria contar, pois na cola não havia nada que desse pra usar. Mas ele (o aluno) ficou com medo e se antecipou, contou ao professor que colou e acabou gerando uma situação que não deveria.
PF: O que você considera essencial para uma boa formação acadêmica? E profissional?
FF: Acredito que cumprir o curso direitinho seria algo essencial para a formação acadêmica no ponto de vista que alguém já pensou naquela estrutura para vocês (alunos), né? Então, teoricamente, o curso retrata o que o mercado precisa em termos de qualificação, habilidade e competência. O ideal para termos um bom profissional, tanto acadêmico quanto no mercado, é a aplicação que o aluno tem ao longo do curso. Muitas vezes vemos o aluno no começo do semestre não dando muita importância...vai levando na ‘’flauta’’, na brincadeira, e quando chega no sétimo semestre se depara com um mercado profissional que não o aceita por não ter uma boa parte do conhecimento e muitas vezes nesse período ele não conseguiu desenvolver um network com os professores e com os alunos, não participou de eventos para entender o que está acontecendo no mercado de uma maneira geral e acaba não conseguindo se colocar. Então, para qualquer coisa, o essencial é a aplicação e dedicação. O quanto você acredita no que faz e o quanto você sente prazer no que faz, além do quanto você vai querer se dedicar em termos de tempo pra fazer o melhor possível, tanto na questão acadêmica quanto profissional.
PF: Qual seu maior objetivo profissional?
FF: Meu maior objetivo profissional é acabar o meu mestrado, o prazo final é em agosto. Ser professor é um grande desafio profissional. Temos que superar a cada semestre um obstáculo novo. Tenho também o objetivo de retomar a minha empresa, provavelmente no final do ano, acabei deixando a consultoria para fazer o mestrado e me dedicar mais as aulas. Talvez em 2012 eu volte a constituir uma nova empresa para ter um contato mais próximo com o mercado.