Passagem de 3 reais leva manifestantes à Av. Paulista |
Texto: Caio Bibiano e Diego Rafael
Edição: Amanda Campoy e Égon
Vídeo: Diego Rafael
O Movimento Passe Livre (MPL), já existe há seis anos e tem protagonizado nas ultimas quintas-feiras, desde janeiro de 2011, passeatas contra o aumento imposto por Gilberto Kassab da tarifa do ônibus para R$3 na cidade de São Paulo. O principal argumento dos manifestantes é o aumento percentual acima da inflação. O valor atual da tarifa é de 11,1%, enquanto que a inflação total está em 5,9% de acordo com os dados do site da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas).
No dia 24 de março, a passeata saiu da Praça Cruzeiro do Sul, em frente ao Shopping Paulista, onde se concentrou boa parte dos manifestantes. Segundo dados da Polícia Militar revelados ao jornal Folha de S. Paulo, o movimento contou com cerca de 500 pessoas que caminharam até a Avenida 23 de maio. Na ocasião três pessoas foram detidas com coquetel molotov, estilingue e algumas pedras, mas isso não houve confronto.
Durante os protestos, partidos de esquerda, como o PCO (Partido da Causa Operária) que ajudaram na organização do evento, defendem a importância de ir às ruas para chamar atenção para o alto valor da tarifa: “Ano passado já teve o aumento. O Kassab na eleição tinha falado que não ia ter aumento e teve. O aumento também foi superior à inflação”, informa um dos manifestantes que fazem parte do partido.
O professor de Inglês Fábio Hideki, que participa sempre que possível das passeatas, explica que o intuito do movimento é ter o ao pé da letra passe livre: “A partir do momento que o transporte é público, é um direito do povo ter acesso”. E complementa: “Há pesquisas que comprovam que tem dinheiro suficiente para ter o passe livre”.
Fernando Cruz, um dos militantes do MPL, indica como foi traçado o plano para chegar ao passe livre: “Primeiro nós corremos atrás do preço da passagem para R$ 2,70 e depois batalhamos pelo passe livre”.
As manifestações interromperam uma das calçadas da Avenida Paulista, uma faixa da Avenida Brigadeiro e durante 20 minutos toda a Avenida 23 de Maio. Após um tempo uma faixa da 23 de Maio foi liberada para os veículos e ,pouco a pouco, as pessoas foram dispersando até que chegou ao fim,por volta das 22h. Nossa equipe de reportagem procurou representantes da policia militar e da CET em busca de maiores informações, mas não houve a possibilidade de depoimento de ambos, devido às ações de deslocamento do protesto e normas de regência interna das empresas.
As ações causaram tanto barulho no meio social que no dia 21 de março o Desembargador David Haddad, ordenou que a prefeitura preste esclarecimentos sobre o reajuste.
Confira o vídeo feito pelo repórter Diego Rafael.
Confira o vídeo feito pelo repórter Diego Rafael.